Buscamos o sentido da vida do momento em que nos percebemos como indivíduos até o final da nossa jornada, buscar sentido e significado existenciais é o que nos define como humanos.
Isaías Oliveira
O que torna possível uma sociedade plural como a nossa é a tolerância. Ela tem limites, é claro. Ninguém quer ser cúmplice por omissão de uma coisa que considera absurda. Alguém, em nome da tolerância, poderia ser coagido a aceitar o nazismo ou a pedofilia? É claro que não.
Veja se você já não passou por uma experiência parecida... Você está num grupo de pessoas que seguem uma ideia ou pensamento qualquer. Você provavelmente concorda em muitos pontos com eles, mas em algumas poucas coisas discorda. Você é o tipo de pessoa que acha bem difícil que dois seres humanos concordem plenamente em tudo. Também acha que nenhum ser humano está correto em cem por cento do que pensa e então encara como artificial quando vê esse tipo de coisa acontecer.
A Teoria na Prática é Outra - O Advogado e o policial. Policiais e advogados lidam com leis, ambos interpretam e aplicam o que dizem os códigos legais. Mas o quanto um entende o mundo do outro? Ou como dizemos, a teoria na prática é outra.
Como é que se lida com ideias radicais? Você já se perguntou por que algumas pessoas são tão violentas na defesa de suas ideias e não aceitam que haja discordância do que pensam, como se o que falam fosse a mais pura expressão da verdade? Em tempos como esse precisamos nos voltar para nós mesmos a fim de entendê-los, é isso que nos propomos aqui.
O sentido do Toque Beijar, abraçar, cumprimentar, dar um aperto de mão ou mesmo um rápido tapinha nas costas. Tudo isto é toque, o mais poderoso meio de criar relacionamentos humanos.
Em 1996 passei por uma situação que foi definidora do meu modo de pensar nos anos que se seguiram. O gerente da empresa em que eu trabalhava estava me chamando a atenção por algo, vejo hoje, que não era errado. Talvez por simpatizar comigo ou para tentar assumir uma posição "professoral", ele começou a discursar sobre a importância do trabalho. "O trabalho, disse ele, é mais importante que a família, pois sem trabalho não há família".
Um ano antes do meu nascimento, em 1973, o bruxo-mestre--crente-tudo-em-um-e-nada Raul Seixas lançou o álbum Krig-ha, Bandolo!, e numa das faixas ele cantava: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/ Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Pobre Raul! Tão celebrado por uma tribo de tiozinhos nostálgicos, se acreditava mesmo nesses versos, seria hoje, por esses mesmos tiozinhos, execrado. Raul é o cara que celebrou os que não têm "convicções", aqueles que são "fracos na crença, os tais que ficam em cima do muro. Sendo sincero, não é mesmo legal nunca ter convicções, mas é pior ter convicções como armadura quando as sabemos erradas.
Democracia é uma ideia linda. Mas entre a beleza de uma ideia e o mundo real existe um abismo de subjetividade. Uma bela ideia que nem sempre produz belos frutos. Churchill uma vez disse que a democracia é só o segundo pior sistema de governo, atrás de todos os outros. É difícil não concordar com isso, pelo menos em consideração à história recente - e por "recente" quero dizer os últimos duzentos e poucos anos desde a independência americana ou, um pouco depois, a revolução francesa.